A Rio depuis hier soir. La transition Grèce/Brésil est un peu rude, et après un vol plutôt tranquille (je ne faisais pas le fier cependant), je me suis littéralement écroulé de fatigue en arrivant chez Liz, à peine mangée la première tartine de requeijão cremoso (miam!).
Nous avons donc discuté ce matin du programme de séminaires qu'elle envisage de me voir donner, et à présent j'essaye de mettre en ordre tout cela et de ranimer mes neurones qu'aucun mot-clé ne parvient plus à stimuler.
Mais il s'est produit une coïncidence amusante. Nous avions parlé du séminaire portant sur les relations sociopolitiques et "cosmopolitiques", et Liz suggérait que nous invitions Viveiros de Castro comme "debatedor". Je lui ai dit que Viveiros devait avoir d'autres chats à fouetter que de me donner la réplique, mais bon. Or, sortant cette après-midi pour acheter des Havaianas pour M. la Jolie (dûment équipé d'un modèle en carton à la taille de son pied), voilà que je croise Viveiros dans la rue Marquês de São Vicente, dans le quartier de Gavea. Je l'ai donc abordé et lui ai demandé s'il serait disposé à participer du séminaire en question, ce à quoi il a répondu oui.
A vrai dire j'en ai le souffle coupé, que ces choses là puissent arriver après l'enfilade de pépins que nous avons connue entre Paris, Athènes et Sifnos.
Bah, non c'est normal.... Karma, tout ca... ;-)
Rédigé par : Le Piou | mercredi 12 août 2009 à 23:49
Karma, je ne sais pas. En fait ma principale préoccupation est de débloquer mon cerveau. Mais si en plus de cela les astres ou les divinités décident de retirer les cailloux sur mon chemin, parfait!
Rédigé par : anthropopotame | jeudi 13 août 2009 à 12:31
Hihi! Décidément, Viveiros de Castro est partout! Contente qu'il ait accepté de participer au séminaire, peut-être viendrai-je y assister lorsque je passerai à Rio!
Rédigé par : isadora | jeudi 13 août 2009 à 19:38
pas si vite, Isadora. Il a juste dit qu'il étudierait la proposition. J'espère juste que vous viendrez au séminaire même si Eduardo n'y est pas :(
Rédigé par : anthropopotame | jeudi 13 août 2009 à 23:59
A INSENSATEZ
Coluna de Miriam Leitão, O Globo, Sexta 5/jun
O confronto entre ruralistas e ambientalistas é completamente insensato.
Mesmo se a questão for analisada apenas do ponto de vista da economia, são
os ambientalistas quem têm razão. Os ruralistas comemoram vitórias que se
voltarão contra eles no futuro. Os frigoríficos terão que provar aos
supermercados do Brasil que não compram gado de áreas de desmatamento.
O mundo está caminhando num sentido, e o Brasil vai em direção oposta. Em
acelerada marcha para o passado.
O debate, as propostas no Congresso, a aprovação da MP 458, os erros do
governo, a cumplicidade da oposição, tudo isso mostra que a falta de
compreensão é generalizada no país.
A fritura pública do ministro Carlos Minc, da qual participou com gosto até
o senador oposicionista Tasso Jereissati (PSDB-CE), é um detalhe. O trágico
é a ação pluripartidária para queimar a Amazônia.
Até a China começa a mudar. Nos Estados Unidos, o governo George Bush foi
para o lixo da história. O presidente Barack Obama começa a dirigir o país
em outro rumo. Está tramitando no Congresso americano um conjunto de
parâmetros federais para a redução das emissões de gases de efeito estufa. O
que antes era apenas um sonho da Califórnia, agora será de todo o país.
Neste momento em que a ficha começa a cair no mundo, no Brasil ainda se
pensa que é possível pôr abaixo a maior floresta tropical do planeta, como
se ela fosse um estorvo.
A MP 458, agora dependendo apenas de sanção presidencial, é pior do que
parece. É péssima. Ela legaliza, sim, quem grilou e dá até prazo. Quem
ocupou 1.500 hectares antes de primeiro de dezembro de 2004 poderá comprá-la
sem licitação e sem vistoria. Tem preferência sobre a terra e poderá pagar
da forma mais camarada possível: em 30 anos e com três de carência. E, se ao
final da carência quiser vender a terra, a MP permite. Em três anos, o
imóvel pode ser passado adiante. Para os pequenos, de até quatrocentos
hectares, o prazo é maior: de dez anos. E se o grileiro tomou a terra e
deixou lá trabalhadores porque vive em outro lugar? Também tem direito a
ficar com ela, porque mesmo que a terra esteja ocupada por "preposto" ela
pode ser adquirida. E se for empresa? Também tem direito.
Os defensores da MP na Câmara e no Senado dizem que era para regularizar a
situação de quem foi levado para lá pelo governo militar e, depois,
abandonado.
Conversa fiada. Se fosse, o prazo não seria primeiro de dezembro de 2004.
Disseram que era para beneficiar os pequenos posseiros. Conversa fiada. Se
fosse, não se permitiria a venda ocupada por um preposto, nem a venda para
pessoa jurídica.
A lei abre brechas indecorosas para que o patrimônio de todos os brasileiros
seja privatizado da pior forma. E a coalizão que se força favor dos
grileiros é ampla. Inclui o PSDB. O DEM nem se fala porque comandou a
votação no Senado, através da relatoria da líder dos ruralistas, Kátia
Abreu.
Mais uma vez, Pedro Simon (PMDB-RS), quase solitário, estava na direção
certa.
A ex-ministra Marina Silva diz que o dia da aprovação da MP 458 foi o
terceiro pior dia da vida dela.
"O primeiro foi quando perdi meu pai, o segundo, quando Chico Mendes morreu"
desabafou.
Ela sente como se tivesse perdido todos os avanços dos últimos anos.
Minha discordância com a senadora é que eu não acredito nos avanços. Acho
que o governo Lula sempre foi ambíguo em relação ao meio ambiente, e o
governo Fernando Henrique foi omisso. Se tivessem tido postura, o Brasil não
teria perdido o que perdeu.
Só nos dois primeiros anos do governo Lula, 2003 e 2004, o desmatamento
alcançou 51 mil Km. Muitos que estavam nesse ataque recente à Floresta serão
agora "regularizados" .
O Greenpeace divulgou esta semana um relatório devastador. Mostrando que 80%
do desmatamento da Amazônia se deve à pecuária. A ONG deu nome aos bois:
Bertin, Marfrig, JBS Friboi são os maiores. O BNDES é sócio deles e os
financia. Eles fornecem carne para inúmeras empresas, entre elas, as grandes
redes de supermercados: Carrefour, Wal-Mart e Pão de Açúcar.
Reuni ontem no programa Espaço Aberto, da Globonews, o coordenador do
estudo, André Muggiatti e o presidente da Abras (Associação Brasileira de
Supermercados) , Sussumu Honda. O BNDES não quis ir.
A boa notícia foi a atitude dos supermercados. Segundo Sussumu Honda, eles
estão preocupados e vão usar seu poder de pressão contra os frigoríficos,
para que eles mostrem, através de rastreamento, a origem do gado cuja carne
é posta em suas prateleiras.
Os exportadores de carne ameaçam processar o Greenpeace. Deveriam fazer o
oposto e recusar todo o fornecedor ligado ao desmatamento. O mundo não
comprará a carne brasileira a esse preço. Os exportadores enfrentarão
barreiras. Isso é certo.
O Brasil é tão insensato que até da anêmica Mata Atlântica tirou 100 mil
hectares em três anos.
Nossa marcha rumo ao passado nos tirará mercado externo. Mas isso é o de
menos. O trágico é perdermos o futuro. Símbolo irônico das nossas escolhas é
aprovar a MP 458 na semana do Meio Ambiente.
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Dra. Deborah Faria
Profa. Titular - Departamento de Ciências Biológicas
Universidade Estadual de Santa Cruz
Rodovia Ilhéus-Itabuna, km 16 - Salobrinho
Ilhéus - Bahia - Brasil - CEP 45650-000
Fone: +55 XX 73 36805330 (office), 36576056 (home), 91328505 (mobile)
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Rédigé par : DESANTIS | dimanche 23 août 2009 à 22:21